O processo de desenvolvimento de uma nova lista de aves é rigoroso e fundamentado. Uma das bases para essa atualização é a revisão detalhada de registros ornitológicos e publicações anteriores, como a lista de 2011.
Os pesquisadores realizaram um “pente-fino” minucioso, acessando e conferindo dados em bancos de dados e coleções de museus para verificar a ocorrência de todas as espécies e subespécies, especialmente em locais como São Paulo.
O legado de Johann Natterer e a extinção de espécies
A pesquisa histórica revelou que algumas espécies extintas no estado de São Paulo possuem apenas registros muito antigos, remontando, por vezes, ao século 19.
A pesquisadora Lee aponta um exemplo notável: o naturalista austríaco Johann Natterer. Ele viajou ao Brasil após a chegada da Família Real e coletou espécimes em São Paulo, levando-os para a Europa. Por causa disso, algumas das peles de aves do estado só podem ser encontradas no acervo do Museu de História Natural de Viena.
Critérios de classificação do CBRO
O Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO) utiliza uma metodologia para classificar as espécies em listas com diferentes níveis de confiabilidade, organizando-as em:
Lista primária
A lista primária apresenta o maior grau de confiabilidade. Ela inclui espécies que possuem registros documentados e que são verificáveis de forma independente.
Lista secundária
A lista secundária inclui espécies que foram providas de registros específicos publicados para o país, mas com evidência documental inexistente, desconhecida ou indisponível. Admite-se a ocorrência provável dessas espécies no Brasil.
Lista terciária
A lista terciária engloba os registros que foram descartados. Estas são espécies com registros publicados, mas com evidência documental inválida ou cuja ocorrência no Brasil é considerada improvável e carente de comprovação.
