Em 10 de abril de 1815, o Monte Tambora, localizado na ilha de Sumbawa, na atual Indonésia, produziu o que é classificado como “a maior erupção vulcânica já registrada” na história. A magnitude do evento foi documentada pelo Serviço Nacional de Satélites, Dados e Informações Ambientais (NOAA) dos Estados Unidos.
A explosão, que ejetou um volume massivo de aproximadamente 129,2 bilhões de toneladas de cinzas, foi classificada com um Índice de Explosividade Vulcânica (VEI) de 7, em uma escala logarítmica de 10. Esta alta escala e gravidade só havia sido comparada, segundo a documentação científica, com a explosão do Lago Taupo, na Nova Zelândia, ocorrida em 180 d.C.
Impactos geográficos e a redução da montanha
A força destrutiva do Tambora foi tamanha que, após o clímax da erupção, a altura da montanha diminuiu drasticamente. De 4.300 metros, o pico do vulcão passou a medir pouco menos de 3.000 metros.
Embora a erupção tenha ocorrido entre 5 de abril e seu ponto máximo em 10 de abril de 1815, a fumaça e as cinzas lançadas na atmosfera tiveram um alcance global, circundando todo o Hemisfério Norte.
O “inverno vulcânico” e o ano sem verão
A poeira e os gases ejetados na atmosfera resultaram em um fenômeno conhecido como “inverno vulcânico”. O ano seguinte à erupção, 1816, sofreu uma queda de temperatura de cerca de $0,5^{\circ}\text{C}$ (meio grau Celsius) em nível global. Por esta razão, 1816 ficou historicamente conhecido como “o ano sem verão”.
As consequências do resfriamento global foram devastadoras. O inverno vulcânico causou quebras nas colheitas, escassez de alimentos e inundações em grande parte da América do Norte, Europa Ocidental e partes da Ásia.
O custo humano da catástrofe
O desastre do Monte Tambora resultou em um número estarrecedor de vítimas. De acordo com fontes climatológicas históricas da NOAA, o número de mortos diretos pelo evento em 1815, devido a fluxos piroclásticos, foi de 11 mil.
Contudo, os efeitos indiretos foram muito mais letais. Mais de 100 mil mortes foram registradas na década seguinte devido à escassez de alimentos e às doenças resultantes das alterações climáticas e ambientais globais.
