Embora os recifes de águas rasas estejam entre os ecossistemas mais vulneráveis e ameaçados do planeta, os cientistas indicam que a ordem Scleractinia, a dos corais pétreos construtores de recifes, tem grandes chances de sobrevivência. A esperança reside nas linhagens de corais que habitam as águas profundas, as quais demonstraram maior resiliência ao longo de vastos períodos de mudanças ambientais.
A escala do tempo geológico versus a vida humana
A sobrevivência da ordem Scleractinia em linhagens de profundidade, no entanto, não é motivo para complacência. Como aponta o pesquisador Marcelo Kitahara, a linha do tempo que garante essa resiliência abrange um período de 460 milhões de anos. É crucial considerar que, nesse extenso lapso temporal, o planeta sofreu alterações radicais, e nem todos os cenários resultantes seriam compatíveis com a existência da vida humana.
O impacto da perda dos ecossistemas de corais
A extinção dos recifes rasos já configura um mundo radicalmente diferente do que conhecemos. Kitahara enfatiza que, se os corais desaparecessem das águas rasas, o tempo necessário para que eles pudessem ter uma nova oportunidade de recolonização e a formação desses ecossistemas incríveis é desconhecido. A incerteza quanto a esse período reforça a urgência da conservação, pois a perda dos recifes rasos representa uma alteração profunda e de consequências imprevisíveis para a vida na Terra.
