Em 14 de novembro, celebramos o Dia Mundial do Diabetes, mas a conscientização e o cuidado com essa condição de saúde devem ser constantes. Um novo e abrangente estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que o consumo elevado de batatas fritas está associado a um risco significativamente maior de desenvolver diabetes tipo 2.
A pesquisa, publicada na revista científica BMJ, analisou quase quatro décadas de dados alimentares auto-relatados de 205 mil enfermeiras e profissionais de saúde. Este é um dos levantamentos mais completos já realizados sobre o consumo de batata e sua relação com o diabetes.
Batatas fritas elevam o risco em 20%
Os resultados do estudo trouxeram uma distinção importante entre os diferentes métodos de preparo da batata. Os participantes que consumiram três porções semanais de batata cozida, em purê ou assada, apresentaram um aumento marginal no risco de diabetes tipo 2, de apenas 1%.
No entanto, o cenário mudou drasticamente para os que consumiam três porções de batata frita por semana, que tiveram um aumento de 20% no risco de desenvolver diabetes tipo 2.
“A grande conclusão? Nem todas as batatas são iguais”, afirmou Seyed Mohammad Mousavi, pesquisador principal e pós-doutorado no departamento de nutrição da Universidade de Harvard.
A ciência por trás da conexão
Cientistas já suspeitavam há anos que o consumo de batatas brancas poderia aumentar o risco de diabetes tipo 2. Isso ocorre porque o amido da batata é rapidamente decomposto pelo corpo, convertendo-se em glicose. Essa glicose entra na corrente sanguínea, o que pode causar um pico de insulina.
A equipe de Mousavi se baseou em uma pesquisa anterior de 2015, que utilizava os mesmos dados. O novo estudo, contudo, acompanhou os participantes por um período mais longo e incluiu 7 mil novos casos de diabetes tipo 2.
Além disso, a pesquisa da BMJ realizou uma meta-análise adicional de estudos semelhantes em todo o mundo. Mousavi explica que isso permitiu “eliminar o ruído e mostrar que o aumento do risco de diabetes realmente se concentra nas batatas fritas, e não em todas as batatas.”
Pratik Pokharel, pós-doutorando do Instituto Dinamarquês do Câncer e que não participou da pesquisa, corroborou as descobertas. Ele observou que o “maior consumo de batatas fritas foi associado a uma menor tolerância à glicose e à redução da sensibilidade à insulina. Com o tempo, esses efeitos podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.”
O que fazer com esta informação
Os resultados sugerem que a frequência e o modo de preparo da batata são fatores cruciais para a saúde. Embora o estudo tenha se concentrado na batata frita, ele levanta questionamentos importantes: é preciso se preocupar com o consumo ocasional? E as batatas-doces?
Os pesquisadores sugerem que, mesmo para quem continua consumindo batatas fritas, é válido buscar formas de modificar ou reduzir o risco de diabetes através de outros hábitos alimentares e de vida.
