Os vírus gigantes representam um campo de estudo fascinante e em expansão. Sua relevância vai além da ciência básica, abrindo portas para potenciais aplicações médicas e biotecnológicas. É importante notar que, apesar de seu tamanho e complexidade, esses vírus não infectam seres humanos.
Desde 2011, pesquisas no Brasil têm se dedicado a encontrar esses microrganismos. Até o momento, já foram identificados cerca de 300 vírus gigantes no país, evidenciando a vasta diversidade viral (virosfera) ainda a ser explorada. A cada nova descoberta, como a do naiavírus, os pesquisadores adquirem um panorama maior sobre a diversidade e evolução viral, reforçando as adaptações estruturais únicas desses gigantes.
Aplicações na medicina e biotecnologia
O estudo aprofundado dos vírus gigantes revela caminhos promissores para inovações em diversas áreas.
Uso no controle de infecções
Uma das aplicações médicas já patenteadas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é o uso de vírus gigantes no controle e prevenção de infecções amebianas. Isso demonstra como a pesquisa pode ser traduzida em soluções de saúde.
Identificação de novas enzimas
Outra frente de pesquisa é a busca por novas enzimas que possam ser aproveitadas na biotecnologia. Por possuírem características diferentes e ancestrais, as proteínas de metabolismo desses vírus podem fornecer informações valiosas. Esse conhecimento pode ser utilizado para modificar e aprimorar proteínas já empregadas na indústria.
Os setores que podem se beneficiar dessa exploração enzimática incluem:
- Indústria têxtil
- Indústria de alimentos
Próximos passos da pesquisa
O isolamento viral e a análise do genoma de cada vírus descoberto continuam sendo etapas cruciais. No caso de novos achados, como o naiavírus, o conhecimento genômico permite a continuação da pesquisa. A partir daí, é possível utilizar ferramentas moleculares para procurá-lo em outros ambientes e investigar suas associações ecológicas e o papel que desempenham na natureza.